Compreender-se em subterfúgio lacrimoso não carrega nada tão
vadio, nem tampouco clichê. Ousaria dizer que é no máximo humano. Não sei aonde
nascem as minhas hipérboles, se soubesse
deveria findar com lugar tão daninho, mas certamente o cuidaria bem melhor. Hipérbole é meu
alicerce. Certamente desmoronaria com a
solidão do “não-colorir”. Alguma parte de mim tem essa tendência teimosa que
acaba tropeçando nas terras dramáticas de meu ser. E o peito aperta, logo que a
mente dá sinal.
Hiperbolizar-se.
Isto que eu deveria fazer. Enfeitar-me, não com joias ou
tintas, mas me colorir. Dá-me qualidades que sei que jamais terei, me dá super
poderes, olhar raio-x, movimento sedutor, sabedoria infinda...
Mas pense comigo, caro leitor: Se você, assim como eu, é
daqueles que vê amor onde não há, que acha que aquele moço esperto vai te achar
diferente das outras, que se ele te olhou é porque está interessado... Então
você já tem o hábito de enfeitar as coisas, certo? Só que você sempre acaba
ferido, certo? Sempre acaba doendo e você sabe que só deu nisso porque você
teimou em “adicionar” um riso apaixonado a uma conversa pouco importante,
porque você viu sinal onde só havia naturalidade. Se já enfeitas, então porque
não usar tal dom para coisas suficientemente boas e que não trarão dores?
Então adentre nessa sem medo. Hiperbolize-se; repito. Se
auto estime. Invente muito, invente o máximo que puder. Mas, por favor, invente para o bem. Invente
para o seu bem.
Não, não é egoísmo. É sabedoria.